A rua 9 liga importantes bairros em Goiânia, sendo que o seu uso foi transformando-se ao longo do tempo. Junto ao Setor Oeste surgiram edifícios residenciais que, por sua vez, perderam espaço para consultórios e lojas à medida que a rua avançava em direção ao Setor Marista. A Galeria de Andrade localiza-se no seu ponto mais comercial, próxima ao Shopping Bougainville.
O programa requeria o melhor aproveitamento possível da área. A decisão foi dividir o terreno em cinco lojas com área variável entre 60 e 93 metros quadrados, compreendendo o pavimento térreo e o mezanino. Por outro lado, o interior de cada loja seria projetado por outros arquitetos à medida que os espaços fossem alugados para diferentes lojistas. Nestas condições, a opção foi por uma arquitetura contundente e de formas elementares, com intensidade suficiente para contrastar com o caos visual do lugar e para dar unidade ao conjunto de cinco lojas com vitrines diferentes uma das outras. A arquitetura se resumiu na planta, na estrutura e nos fechamentos.
Como se tratava de uma galeria comercial com lojas de rua, o problema principal resumia-se em como mostrar as vitrines de uma maneira elegante e consistente, procurando ao mesmo tempo dar unidade a um conjunto possivelmente dispare.
O edifício consiste em cinco caixas flutuantes, suspensas no ar. A intenção foi a de reforçar o potencial da vitrine, destacando-a por meio de caixas rigorosas e precisas, que foram dispostas de forma aleatória no intuito de evitar a monotonia.
Como a rua 9 possui um tráfego considerável neste trecho, as lojas foram levemente erguidas em relação ao nível do estacionamento. À noite, a iluminação faz com que o edifício flutue no ar e as vitrines estejam no campo visual de quem passa de automóvel.