O livro Goiânia: uma modernidade possível compreende uma parte da minha dissertação de mestrado: A construção do espaço urbano de Goiânia (1933-1968) e integra a Coleção Centro-Oeste de Estudos e Pesquisas.
Nos anos 30 instalou-se uma modernidade possível em Goiás. Seu lugar foi Goiânia, que pode ser entendida como uma cidade de fronteira. Caracterizou-se por padrões de planejamento e expansão condicionados tanto por propostas de adesão à modernidade quanto pelas condições de sua execução. Compreender a expansão urbana da cidade a partir das décadas de 1950 e 1960 significa montar a história do “desplanejamento” de uma cidade planejada.
Os anos 50 assistiram a uma sensível mudança na construção do espaço urbano de Goiânia. A partir dessa década a cidade começou a apresentar uma outra configuração, na qual surgiu uma estrutura urbana improvisada, sem nenhum mecanismo regulador que pudesse orientar seu crescimento. Goiânia passou por um novo surto de urbanização no qual o Estado, paulatinamente, deixou de interferir no planejamento urbano da cidade e incentivou, de certa maneira, a atuação da especulação imobiliária e da iniciativa privada, que há muito esperava autorização para poder parcelar as áreas adjacentes ao seu núcleo original.