A Casa das Brisas evoca o prazer de sentir-se em casa e poder receber os amigos. Foi pensada como uma experiência em torno de um pátio, um lugar para os acontecimentos e para se perceber a passagem do tempo. O pátio foi concebido como o coração da casa, onde é possível descobrir sons e aragens, além de vislumbrar um recorte da imensidão do céu ao toque do leve roçar das brisas do Cerrado.
Sua volumetria é silenciosa e procura ocultar dos transeuntes a dinâmica dos seus espaços internos. O plano branco em balanço da fachada se contrapõe ao volume em tijolo aparente e apenas revela, sutilmente, o acesso principal e seu percurso de entrada.
Com a intenção de ativar os mecanismos da memória, o projeto priorizou a escolha de uma seleta gama de materiais que revelam características físicas, experiências táteis e emocionais. O tijolo remete à terra, ao fogo, às tradições mais longínquas. A madeira evidencia uma peculiar humildade física e dócil, moldada pelas mãos do carpinteiro. A pedra remete às virtudes da solidez, da permanência, e de uma misteriosa longevidade atemporal. O concreto é pedra artificial que aceita as marcas e as texturas da forma, exibindo qualidades poéticas e sensoriais. As paredes brancas ou negras refletem a materialidade da luz e seu impacto emotivo nas diferentes superfícies.
Todas essas percepções e cores ativam certa “imaginação da matéria”, aquela capaz de provocar sensações profundas de pertencimento a um lugar e de que, finalmente, estamos de retorno ao lar.