Segundo Juhani Pallasmaa, edifícios são museus do tempo e do silêncio.[1] Minha lembrança mais remota do Núcleo “Seu” Jaime, que pertence à Fundação Pró-Cerrado (FPC), em Aparecida de Goiânia, remonta à visita que fiz para iniciar uma primeira intervenção no edifício que, no passado, pertenceu ao Instituto Artesanal dos Cegos.[2] Sua estrutura formal consiste numa série de quatro blocos paralelos, que foram adaptados para receber um programa multidisciplinar e sócio educacional, conectados através de um pavilhão perpendicular. Minhas melhores lembranças são dos pátios entre os blocos, que conferiam um aspecto atemporal de calma e certa tranquilidade necessárias à consecução das atividades educacionais a serem ali desenvolvidas.

O transcorrer do tempo provocou a ampliação e renovação das atividades da FPC e a necessidade de reestruturação completa do espaço físico.

[1] PALLASMAA, Juhani. Espaço, lugar, memória e imaginação. In: Essências. São Paulo: Gustavo Gili, 2018. p. 16.

[2] “Seu” Jaime é uma singela homenagem à Jaime Câmara, que nos anos 70 fundou o Instituto Artesanal dos Cegos. Depois de descontinuado, o edifício foi doado pela família Câmara sob a supervisão da Curadoria de Fundações do Ministério Público de Goiás, no final de 1999, à Fundação Pró Cerrado, que implantou no local um Núcleo de atividades multidisciplinares e sócio educacionais, atualmente com abrangência internacional.