O Laboratório de Pesquisa Ecológica e Educação Científica da Universidade Estadual de Goiás, construído em Anápolis, foi selecionado para participar da XVI Bienal Panamericana de Quito, no Equador.
O campus da Universidade Estadual de Goiás localiza-se entre Goiânia e Brasília, onde o cerrado, um bioma típico brasileiro, uma espécie de savana, assemelha-se ao deserto: um imenso céu que toca a vegetação na linha do horizonte. A paleta de cores é limitada, mas no fim da tarde o céu é tingido por uma gama exuberante de tons, o que torna a paisagem ainda mais fantástica. Pensamos o projeto como um pequeno contraponto nesta imensidão: duas caixas brancas, abstratas, transparentes e transversais entre si, que se abrem para a paisagem.
Como o edifício está implantado no início da área de reserva ambiental que pertence à Universidade, a intenção era que tocasse o terreno em declive o mínimo possível e que flutuasse no horizonte. A caixa inferior está ligeiramente inclinada a fim de garantir a melhor vista da reserva. É o eixo que liga o laboratório ao seu próprio objeto de pesquisa: o cerrado. A caixa superior está disposta perpendicularmente ao edifício sede do campus. É o eixo que liga os pesquisadores à própria Universidade.
A distribuição do programa no edifício acontece de maneira quase didática. No pavimento térreo, o laboratório de educação científica, um pequeno depósito de reagentes e uma copa. No pavimento superior, o espaço para os pesquisadores com direito a um mirante sob espelho d’água, reforçando as potencialidades da paisagem natural. Já que o laboratório também tem a finalidade de receber a visita dos alunos do ensino fundamental em atividades extraclasse, imaginamos este espelho d’água, que ocupa a laje de cobertura do pavimento inferior, como um elemento lúdico. As crianças podem subir até lá para ver os peixes e coletar amostras da água e depois descer para analisá-las no laboratório.
Imagem: Monise Campos